(11) 97206-8800

Hipnoterapia SP. Walther Kerth é hipnoterapeuta em São Paulo.
Dias

20 a 23 de Junho de 2024

Até o WORKSHOP
Garanta sua vaga!

Cultivando a Vida Interior

Compartilhar esse artigo

Certa vez, em uma palestra, que proferia numa empresa estatal de São Paulo, sobre o uso de princípios da Hipnose em processos de remoção de resistências emocionais e psicológicas de colaboradores de organizações, visando a implantação de métodos de mudanças de cultura organizacional, um senhor pediu a palavra e fez uma pergunta sobre o uso da hipnose nas práticas religiosas. Em síntese, queria saber se a Hipnose tem sido utilizada nas cerimônias religiosas em igrejas, especialmente nas instituições fundamentalistas bem conhecidas.

Descartando-se aqueles modelos antigos de compreensão dos processos hipnóticos, afirmei que sim. Certamente, a maior parte dos fenômenos observados em tais contextos tinham suas bases em estados de consciência induzidos hipnoticamente: transes, curas, fantasias dirigidas, persuasão à colaboração financeira, grandes comoções emocionais, etc.

Quando disse isso, ele lembrou que em outro momento da palestra eu havia dito que as pessoas em geral possuem sistemas inconscientes de proteção contra más induções: qualquer sugestão dada a alguém em transe que contrarie seu código de ética será rejeitada e a pessoa sairá do transe. Assim ele concluiu que se não adiantassem práticas de hipnose para persuadir as pessoas a fazerem o que não desejavam, para que elas estariam sendo utilizadas?

Então ele finalmente considerou que, afinal de contas: “Para que utilizar essa abordagem então? Afinal de contas, em Deus, ou se acredita ou não se acredita!” – não haveria uma forma de mudar a opinião das pessoas.

Eu lembrei-lhe de que esquecera uma alternativa. Havia aproximadamente 120 pessoas na plateia junto com ele.

Porém, ele reforçou: “Não existe outra opção, ou se acredita ou não se acredita.” Dizia ele convictamente. Porém continuei insistindo no meu ponto de vista que ele esquecera uma possibilidade.

Já bastante excitado com minha argumentação, mais uma vez afirmou: “Walther, não existe mulher meio grávida! Ou está grávida ou não está! Da mesma forma, ou se acredita em Deus ou não se acredita, que outra resposta haveria?”. Continuei minha argumentação até perceber que ele estava suficientemente excitado com o assunto…

Ele, por sua vez, manteve firme sua posição: ainda outra vez enfatizou que não poderia haver outra possibilidade (concluí que ele estava hipnotizado por sua crença, a ponto de não conseguir ver além dela). Então, já tendo atingido o estado ideal de ativação, finalizei dizendo que existem pessoas que nem acreditam nem desacreditam em Deus: “Elas sentem Sua Presença!”. Elas percebem Deus.

Quando isso acontece, não se discute mais! Existe um outro caminho, ele concordou, completamente.

Quando sentimos ou percebemos algo, não há mais nada a discutir ou persuadir… Como se quiséssemos falar da beleza das cores do arco-íris para um cego de nascença… Ou o prazer de ouvir uma boa música para um surdo de nascença… Como seria possível?

Enfim, grande parte de nossos hábitos e vícios está baseada em convicções dos outros que adotamos para nós mesmos, sem nunca as questionar. Se admitirmos que somos diferentes, uns dos outros, e as conclusões e aprendizagem de outras pessoas podem não nos ser úteis, concluímos que o principal elemento de nossas convicções deveria ser a nossa própria experiência e percepções. Isso é especialmente válido para a experiência da vida interior: ninguém funciona exatamente da mesma forma.

Compartilhar esse artigo