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Limitações do pensamento positivo por Walther Kerth

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[trecho do capítulo Introdução do livro Inteligência Relacional, página 32, publicado em janeiro de 2022]

Não sou simpatizante do chamado pensamento positivo, aquele que tenta ignorar ou negar a dor da existência ou dos maus sentimentos que nos assaltam com alguma frequência. Isso ocorre quando algum evento qualquer nos traz à consciência memórias de dramas ainda não solucionados.

Digo isso, pois no passado exercitei durante anos o pensamento positivo e descobri, por mim mesmo, que tal prática apenas adiou o meu confronto com a fonte do meu sofrimento, mas nunca contribuiu para cicatrizar tais feridas.

Um dos professores que me influenciou bastante nesta última década, John Demartini, conta que teve a oportunidade de entrevistar alguns dos mais famosos representantes do pensamento positivo, tais como Zig Ziglar.

Nessa tribo de profetas do pensamento positivo, podemos ainda incluir Norman Vincent Peale, mais antigo, ou mesmo Martin Seligman, Ph.D., considerado pai da Psicologia Positiva, entre muitos outros.

Sua surpresa foi descobrir que Zig Ziglar era a pessoa mais negativa que já tinha conhecido.

Martin Seligman confirma o mesmo padrão, dando seu próprio testemunho em uma de suas palestras gravadas em áudio. O esforço e as estratégias criadas para serem positivos são compensações para enfrentar o sofrimento de hábitos de pensamento negativo para a maioria deles. Pois quem não funciona assim, nem se preocupa com seus próprios estados emocionais.

Paradoxalmente, perseguimos aquilo que mais nos falta! Damos valor àquilo que mais necessitamos (este tema será extensamente explorado no livro Crenças e Valores).

O pensamento positivo não funcionou comigo, exceto como paliativo. Ganhei tempo, até adquirir a força necessária para visitar o meu inferno, cuja entrada estava sempre à minha espera. O pensamento positivo, portanto, foi útil por algum tempo. Neste sentido, sou grato à sua contribuição como o anestésico que reduziu o meu sofrimento temporariamente, até o meu mergulho nas soluções.

Hoje, muito mais experiente, proponho outros recursos para meus amigos e clientes.

Algo mais apropriado para os tempos atuais, já que o conhecimento sobre a psique e o sistema nervoso humanos adquiridos nas últimas décadas possibilita-nos encontrar melhores caminhos para o resgate da unidade e da coesão interiores da consciência de cada um.

Tudo isso levou-me ao estudo do trauma e de suas consequências para pessoas como eu.

Diferente do que acreditei por muitos anos, não são os maus pensamentos descontrolados que devemos combater – eles são somente o efeito do sofrimento guardado em nossas memórias implícitas, muitas das quais, inconscientes. Os pensamentos negativos que nos tomam no dia a dia são apenas registros de memórias de incontáveis possibilidades de compreender a realidade que vivemos: eles são fugazes, inconsistentes, temporários e instáveis, exceto quando representam ou expressam sentimentos e “feridas” guardados em nossos organismo e em nossas memórias. Quando existem tais memórias profundas de sofrimento, os pensamentos negativos ganham vida e poder.

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